Com o passar das décadas, cada geração tem enfrentado o mesmo escrutínio: estarão eles prontos para liderar o mundo? Hoje, os holofotes viram-se para a geração Z, composta por aqueles nascidos entre 1995 e 2010, que começam a ocupar posições de destaque em diversas áreas. Mas, afinal, esta geração está realmente preparada para assumir as rédeas?
Primeiramente, é inegável que a geração Z apresenta um conjunto de competências únicas, moldadas por um contexto social e tecnológico sem precedentes. Cresceram num mundo digitalizado, o que lhes conferiu uma fluência natural em ferramentas tecnológicas essenciais para a liderança moderna. Por exemplo, Greta Thunberg, ativista climática global, exemplifica como esta geração utiliza as redes sociais não apenas para promover causas, mas também para mobilizar milhões em todo o mundo. Este domínio digital é uma vantagem competitiva numa era em que a inovação e a comunicação online são cruciais.
Contudo, o que falta à geração Z em experiência, muitas vezes é compensado pela sua paixão e propósito. Ao contrário de gerações anteriores, estes jovens valorizam a sustentabilidade, a diversidade e a inclusão como pilares fundamentais da sua visão de liderança. Empresas como a Patagonia, que se destacam pelo seu foco em práticas ambientais e sociais, estão a atrair esta nova geração, que valoriza líderes alinhados com os seus princípios. Este alinhamento entre valores pessoais e profissionais pode transformar a forma como as organizações funcionam.
No entanto, nem tudo são flores. A geração Z enfrenta desafios reais que podem pôr em causa a sua prontidão para liderar. A saúde mental, por exemplo, é uma questão crítica. Muitos jovens admitem sentir-se sobrecarregados pelas expectativas sociais e pela pressão constante de “ter sucesso”. Além disso, o excesso de dependência de tecnologias pode levar a dificuldades em desenvolver competências interpessoais fundamentais para uma liderança eficaz. Por exemplo, numa pesquisa realizada pela Deloitte em 2023, 41% dos jovens da geração Z admitiram sentir-se ansiosos devido às pressões laborais.
Ainda assim, subestimar a capacidade desta geração seria um erro. A geração Z não só está a aprender com os erros das gerações anteriores, mas também está a exigir mudanças significativas em instituições e sistemas ultrapassados. A capacidade de adaptação, a criatividade e o espírito inovador são características que já os colocam numa posição promissora para liderar um futuro que exige flexibilidade e resiliência.
Em suma, a geração Z pode não ter ainda toda a experiência acumulada, mas está a demonstrar que tem as ferramentas, os valores e a determinação necessários para liderar de forma disruptiva e inspiradora. Ao invés de questionarmos a sua prontidão, talvez devêssemos perguntar-nos: estaremos nós prontos para a mudança que eles estão prestes a liderar?
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