Vivo num país mágico, numa terra encantada de belas paisagens e povo afável. Um país onde o sol brilha quase todo o ano e o mar convida à reflexão. Este país, o meu país, é Portugal. Mas infelizmente, é também o país do faz de conta.
O faz de conta está por todo o lado, no quotidiano das pessoas, nas notícias, nas promessas dos políticos. Vivemos num faz de conta político, onde é mais importante parecer do que ser. Onde as aparências ganham terreno à ação concreta, e os políticos fazem de conta que governam para o bem comum.
Fazemos de conta que a corrupção é um problema menor, enquanto vemos políticos e empresários a serem julgados e condenados pelos seus crimes. Fazemos de conta que não vemos a desigualdade crescente, que ignora que o país está a tornar-se um lugar cada vez mais difícil para aqueles que têm menos.
No faz de conta financeiro, somos um país próspero. Mas essa prosperidade parece estar reservada para muito poucos. Enquanto o custo de vida continua a aumentar, os salários mantêm-se estagnados. Fazemos de conta que a economia está a melhorar, enquanto muitos portugueses lutam para pagar as contas no fim do mês.
Fazemos de conta que temos um sistema de saúde robusto, mas vemos hospitais e centros de saúde a rebentar pelas costuras, profissionais de saúde exaustos e pacientes à espera de consultas e cirurgias. Fazemos de conta que temos uma educação de qualidade, enquanto o insucesso escolar continua a ser uma realidade dura.
O faz de conta estende-se até à justiça, onde assistimos a uma lentidão exasperante nos processos, tornando a justiça inacessível para muitos. Fazemos de conta que vivemos num país justo, enquanto a impunidade parece ser a norma.
Mas não quero viver num país do faz de conta. Quero viver num Portugal real, um Portugal que enfrenta os seus problemas de frente, que trabalha para criar um futuro melhor para todos os seus cidadãos.
Quero viver num país onde a política é uma vocação de serviço, onde os políticos trabalham para melhorar a vida dos cidadãos e não para promover os seus próprios interesses. Quero viver num país onde a justiça é rápida e eficaz, onde a corrupção é combatida com mão firme.
Portugal, o meu Portugal, merece mais do que o faz de conta. Merece a verdade, merece ação, merece mudança. E nós, enquanto cidadãos, temos a responsabilidade de exigir essa mudança, de não aceitar o faz de conta como a norma.
É tempo de dizer basta ao faz de conta. É tempo de exigir um Portugal real, um Portugal melhor. Porque nós, o povo português, merecemos mais. Merecemos um país que seja mais do que um faz de conta. E eu acredito que juntos, podemos construir esse país.